Por Ricardo Azevedo | Consultor de Desenvolvimento de Negócios em Energia Renovável
1- Introdução:
Usinas de mini geração distribuída e centralizada ocupam grandes áreas numa proporção média de entre 1 a 2 hectares para cada 1 MW de capacidade de geração, dependendo da região geográfica.
O monitoramento na operação destas plantas é fundamental para que os proprietários consigam atingir as metas de geração estabelecidas nos contratos estabelecidos.
O protocolo mais comum para monitoramento neste segmento é o MODBUS-RTU sobre a comunicação RS485, que segundo o respectivo padrão, EIA 485, é possível cobrir de ponto a ponto distâncias de até 1.200m.
Por diversos motivos, é difícil garantir a equipotencialização da malha de aterramento nesta ordem de grandeza de distâncias, fato que pode impactar diretamente nas malhas de proteção contra interferências eletromagnéticas EMI nos cabos de comunicação.
2- Riscos
A falta da aplicação correta de Dispositivos de Proteção contra Surtos DPS pode danificar os equipamentos conectados a esta rede, tanto por descargas atmosféricas quanto pelo seccionamento de cargas como por exemplo, na manobra de chaves seccionadoras dos String Boxes e Inversores.
Quando um cabo de comunicação tem as duas pontas da malha aterradas e nestes dois pontos o aterramento não é equipotencializado, pode ocorrer nesta malha uma Diferença De Potencial DDP e com a corrente resultante pela impedância desta malha, causar interferências e até a perda de comunicação.
3- Boa práticas
Sistemas de comunicação por cabos metálicos devem sempre ser protegidos por DPS em todos os pontos, quando instalados em campo aberto. A correta coordenação e especificação destes dispositivos é fundamental para o correto funcionamento da comunicação.
Esta coordenação deve seguir os
princípios das zonas de proteção descritas na norma IEC 61643-32, onde deve-se
atentar a proteção do sistema como um todo, desde a instalação de para-raios,
alimentação elétrica, até os sinais.
Mesmo com uma correta coordenação da aplicação de DPS é importante tomar cuidado com o aterramento da malha dos cabos de comunicação, em função das distâncias e equipotencialização do aterramento.
Exemplos de aterramento de malha:
Para tanto, algumas técnicas são bastante úteis, principalmente no segmento Solar Fotovoltaico, onde é comum as redes MODBUS-RTU conterem múltiplos equipamentos.
– Aplicação de DPS e seccionamento de malha
– Aplicação de DPS com terra flutuante e acoplamento por centelhador em malha contínua
4- Maiores informações
Além da ferramenta de especificação STOP-IP disponível em
www.phoenixcontact.com.br, onde é possível identificar facilmente o DPS de sinais correto para aplicação correta, a Phoenix Contact do Brasil conta com uma equipe qualificada que atende a todo território nacional.